Iniciativa do CGI.br e do NIC.br busca fortalecer papel do Brasil na discussão de padrões para a Internet
Nova edição do Programa de Incentivo à participação brasileira no IETF/IRTF selecionou 16 pesquisadores, que receberão apoio para o estudo e a atuação em ambos os fóruns internacionais
A nova edição do “Programa de Incentivo à participação brasileira no Internet Engineering Task Force (IETF) e Internet Research Task Force (IRTF)”, iniciativa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) e do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), apoiará 16 pesquisadores vinculados a nove instituições de ensino superior de diferentes regiões do país. Durante três anos, eles receberão auxílio financeiro para o desenvolvimento de pesquisas e para a atuação no IETF e no IRTF, dois importantes fóruns de estudos e padronização em tecnologias da Internet. A inscrição dos beneficiados se deu por meio de chamada pública seguida de seleção, realizada neste ano.
Ao promover a participação brasileira em grupos de Trabalho e reuniões do IETF/IRTF, incentivando a troca de conhecimento e a colaboração em nível internacional, o programa do CGI.br e do NIC.br procura posicionar o Brasil como um ator relevante na definição dos padrões técnicos que moldam o futuro da Internet global, o que pode representar vantagens estratégicas para o país no campo das tecnologias da informação e comunicação.
“Essa é uma iniciativa que precisa ser continuada, com potencial de trazer para o país benefícios econômicos, inovação tecnológica e fortalecimento de sua infraestrutura digital. Além disso, ao estimular que pesquisadores brasileiros tenham voz ativa na definição de protocolos de Internet, ela também contribui para a soberania digital, pois possibilita que os interesses nacionais estejam representados em decisões sobre privacidade, segurança e governança da Internet”, destaca o conselheiro do CGI.br Percival Henriques de Souza, coordenador do programa.
Outro mérito da iniciativa é fomentar a pesquisa em áreas temáticas relacionadas ao desenvolvimento e à padronização de tecnologias de Internet no Brasil. Nesta edição, haverá quatro grupos de pesquisa, cada um com quatro participantes, um deles será o coordenador da equipe. O primeiro grupo, formado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), terá como foco análise estratégica e governança. O segundo grupo, que reúne integrantes do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do ABC (UFABC) e Instituto Federal de Alagoas (IFAL), pesquisará o desenvolvimento de propostas técnicas inovadoras. Já o terceiro grupo, composto por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), investigará segurança e otimização de infraestrutura. Com pesquisadores do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da Universidade Federal do Ceará (UFC), o quarto grupo se dedicará a estudos sobre soluções práticas para IoT e ambientes restritos, incluindo Internet das Coisas Voadoras.
Como contrapartida, os 16 participantes do programa deverão produzir, ao longo dos três anos, 16 Internet Drafts – documentos preliminares com propostas técnicas voltadas à definição de padrões globais; atuar ativamente em reuniões dos fóruns IETF/IRTF; participar em evento nacional a ser realizado anualmente no âmbito do programa; e publicar artigos científicos, promovendo a geração e o compartilhamento de conhecimento técnico e acadêmico no país.
Confira os selecionados: https://cgi.br/programa_ietf_irtf_participantes/.
IETF/IRTF
Fundado em 1986, o Internet Engineering Task Force (ou Força-Tarefa de Engenharia da Internet, em tradução livre) é a principal organização de desenvolvimento de padrões para a Internet. O IETF produz documentos técnicos (RFCs - Requests for Comments) que definem protocolos, normas e boas práticas para orientar a implementação e operação da rede. É focado em soluções práticas e imediatas.
Já o Internet Research Task Force (Força-Tarefa de Pesquisa da Internet) atua na pesquisa de longo prazo sobre temas relacionados a protocolos, aplicações, à arquitetura e tecnologias da Internet.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br (https://registro.br/), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br/), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br/) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003). Mais informações em https://cgi.br/.